Utilizar óleo de palma na alimentação pode ser pouco habitual em Portugal, mas está presente em muitos outros produtos que utilizamos.
Neste artigo vamos explicar como este é cultivado e quais os impactos que tem no ambiente e na nossa saúde.
O que é o óleo de palma?
É um óleo vegetal obtido a partir do fruto da Palmeira-de-óleo-africana que cresce em zonas tropicais do planeta. Esta palmeira tem como origem a África, também é plantada no Brasil, mas a Malásia e a indonésia são os seus maiores cultivadores.
Onde é utilizado?
- O óleo de palma é muito comum na confecção de alimentos, principalmente na África e no Nordeste do Brasil;
- Por ter um efeito de conservante natural é muito usado na confecção de alimentos, tais como, gelados, batatas fritas, chocolates, cremes de barrar, bolachas, tostas;
- As suas propriedades antioxidantes faz com que seja um produto muito utilizado na área da cosmética;
- Pode ser usado como matéria-prima para fazer sabonetes e detergentes;
- Produção de biodiesel
No que diz respeito à saúde, existem dois tipos de óleo de palma
- Não Refinado
- Refinado
Quando falamos de um produto não refinado, extração a frio/lenta, quer dizer que este mantém as suas propriedades naturais. Neste caso, o óleo de palma é rico em vitamina A e E, ou seja, é um antioxidante que contribui para a proteção de doenças neurodegenerativas, cardiovasculares e cancro. Tem também um alto teor de Ómega 6 que regula o sistema imunitário e Ómega 9 que é anti-inflamatório.
Infelizmente, a opção refinada é a mais habitual. Na sua elaboração são utilizados dissolventes químicos, aumentando o rendimento da extração, sendo posteriormente refinado para poder ser consumido. Neste processo, o óleo de palma é desodorizado e branqueado, muda de cor, de cheiro e de sabor. Ao ser sujeito a estas técnica são eliminados o pó, humidade e as impurezas mas também se perde todos os seus benefícios naturais.
Qual o impacto ambiental do óleo de palma?
Um dos grandes problemas começa logo na elevada procura que este óleo tem, fazendo com que a sua produção seja intensa.
Atualmente, o óleo de palma é o óleo vegetal mais produzido no mundo. A sua produção anual equivale a cerca de 66 milhões de toneladas por ano e as suas plantações ocupam mais de 27 milhões de hectares de terras.
Tal como referido inicialmente, este óleo é extraído do fruto de uma palmeira. Palmeira esta que pode viver entre 28 a 30 anos, mas que a altura elevada dificulta a retirada dos frutos. Por isso, quando a sustentabilidade e preocupação ambiental não eram tido em conta, estas árvores eram abatidas de forma precoce para que novas pudessem ser plantadas.
A plantação em massa destas palmeiras é responsável por grande parte da desflorestação de florestas tropicais.
Como consequência da desflorestação surgem diversos efeitos nocivos ao ambiente, tais como, libertação de grandes quantidades de dióxido de carbono, perda da biodiversidade e extinção de espécies.
Estas plantações também têm um impacto enorme na vida das populações nativas que acabam por ser forçadas a deixar as suas casas.
Como combater esta realidade?
É importante referir que em muitos aspectos o óleo de palma é menos prejudicial do que outros, como o óleo de coco, girassol ou soja. Isto porque, na sua produção são utilizados menos recursos - área de solo, água e fertilizantes.
Por isso, substituir totalmente uma opção por outra não é solução.
Para lutar contra esta problemática, surge em 2004 a RSPO - Mesa Redonda para o Óleo de Palma Sustentável), uma organização não-governamental composta por produtores de óleo de palma, comerciantes e grupos ambientais. Esta organização delineou vários princípios e regras que têm como objetivo tornar a produção de óleo de palma mais sustentável, tanto a nível ambiental como social.
Esta certificação garante que a produção do óleo foi feita de forma sustentável, uma vez que proíbe a desflorestação de áreas tropicais, garantindo assim a conservação de ecossistemas.
Sendo assim, procura adquirir sempre o óleo de palma com certificação RSPO.